INTRODUÇÃO:
O
jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos por um período definido e
propósito específico. Tem sido praticado pela humanidade em praticamente todas
as épocas, nações, culturas e religiões. Pode ser com finalidade espiritual ou
até mesmo medicinal, visto que o jejum traz tremendos benefícios físicos com a
desintoxicação que produz no corpo. Mas nosso enfoque é o jejum bíblico.
Muitos
cristãos hoje desconhecem o que a Bíblia diz acerca do jejum. Ou receberam um ensino
distorcido ou não receberam ensinamento algum sobre este assunto.
Creio
que a Igreja de hoje vive dividida entre dois extremos: aqueles que não dão
valor algum ao jejum e aqueles que se excedem em suas ênfases sobre ele. Penso
que Deus queira despertar-nos para a compreensão e prática deste princípio que,
sem dúvida, é uma arma poderosa para o cristão.
Não
há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar,
isto é algo pessoal. Mas a prática do jejum, além de ser recomendação bíblica,
traz consigo alguns princípios que devem ser entendidos e seguidos.
POR QUE DO QUESTIONAMENTO
DO JEJUM DURANTE OS SÉCULOS?
Duas
coisas explicam e enfatizam o desaparecimento dos jejuns durante os séculos.
1º
Jejum adquiriu má reputação em conseqüência das praticas ascéticas exageradas.
Na idade media, valorizando a forma externa e distraindo o poder espiritual.
Desta forma a lei tomou frente com suas falsas preocupações d segurança e
acabou por manipular o ato bíblico e não o ato errado dos jejuns em geral, a
partir deste momento o jejum ficou submetido a regulamentação. Foi considerado
uma mortificação pessoal e sofrimentos físicos internos prejudicial a saúde.
2º
A propaganda a mídia também ridicularizou o jejum, exemplificando 3 refeições por
dia e petiscos de 3 em 3 horas, somando com a crença popular o jejum tornou-se
obsoleto, julgou-se todos da mesma forma.
ü
Acho
que o jejum será danoso a saúde.
ü
Você
não conseguiria trabalhar se não comer.
ü
Você
é louca, Deus não quer isso de nós. Religiosos fanáticos.
Tais questionamentos
consistem em preconceitos.
PODEMOS FALAR QUE ESTAMOS JEJUANDO?
Em Mateus 6:16-18, Jesus condena o exibicionismo dos fariseus querendo parecer
contristados aos homens para atestar sua espiritualidade.
Ele
não proibiu de se comentar sobre o jejum, senão a própria Bíblia estaria
violando isto ao contar o jejum que Jesus fez… Como souberam que Cristo (que
estava sozinho no deserto) fez um jejum de quarenta dias? Certamente porque Ele
contou!
Não
saiu alardeando perante todo mundo, mas discretamente repartiu sua experiência
com os seus discípulos.
Sabe,
precisamos tomar cuidado com determinadas pessoas que não tem o que acrescentar
à nossa edificação e somente atacam e criticam.
A
BÍBLIA ORDENA O JEJUM?
“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados
como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens
que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu,
porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer
aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará.” (Mt.6:16-18).
Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele esperava
de nós esta prática. Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve ter
ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude
correta do jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados!
Algumas
pessoas dizem que se as epístolas não dizem nada sobre jejuar é porque não é
importante, e desprezam o ensino de Jesus sobre o jejum. Isto é errado! Jesus
não veio ensinar os judeus a viverem bem a Velha Aliança, Ele veio instituir a
Nova Aliança, e todos os seus ensinos apontavam para as práticas dos cidadãos
do reino de Deus.
Sabe,
o jejum pode ser uma prática vazia se não for feito de maneira correta. Isto
aconteceu nos dias do Velho Testamento, quando o povo começou a indagar:
“Por
que jejuamos nós, e não atentas para isto? Por que afligimos a nossa alma, e tu
não o levas em conta?” (Is.58:3a).
E a resposta de Deus foi exatamente a de que estavam jejuando de maneira
errada:
“Eis
que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que
se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e
para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a
vossa voz no alto.” (Is.58:3b,4).
O JEJUM NA BÍBLIA
Mas
em todo o Velho e Novo Testamento não há uma única ordem acerca de jejuarmos.
Contudo, apesar de não haver um imperativo acerca desta prática, a Bíblia esta
cheia de menções ao jejum. Fala não apenas de pessoas que jejuaram e da forma
como o fizeram, mas infere que nós também jejuaríamos e nos instrui na forma
correta de faze-lo.
TIPOS DE JEJUM
a) JEJUM
PARCIAL.
Normalmente o jejum parcial é praticado em períodos maiores ou quando a pessoa
não tem condições de se abster totalmente do alimento (por causa do trabalho,
por exemplo). Lemos sobre esta forma de jejum no livro de Daniel:
“Naqueles
dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem
carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que se
passaram as três semanas.” (Dn.10:2,3).
O
profeta Daniel diz exatamente o quê ficou sem ingerir: carne, vinho e manjar
desejável. Provavelmente se restringiu à uma dieta de frutas e legumes, não
sabemos ao certo.
O
fato é que se absteve de alimentos, porém não totalmente. E embora tenha
escolhido o que aparentemente seja a forma menos rigorosa de jejuar, dedicou-se
à ela por três semanas.
Em
outras situações Daniel parece ter feito um jejum normal (Dn.9:3), o que mostra
que praticava mais de uma forma de jejum. Ao fim deste período, um anjo do
Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação tremenda. Declarou-lhe que desde o
primeiro dia de oração o profeta já fora ouvido (v.12), mas que uma batalha
estava sendo travada no reino espiritual (v.13) o que ocorreria ainda no
regresso daquele anjo (v.20). Aqui aprendemos também sobre o poder que o jejum
tem nos momentos de guerra espiritual.
b) JEJUM
NORMAL. É a
abstinência de alimentos mas com ingestão de água. Foi a forma que nosso Senhor
adotou ao jejuar no deserto. No relato do evangelho não há menção de Cristo ter
ficado sem beber ou ter tido sede (e ele estava num deserto!)
“Jesus,
cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no
deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles
dias, ao fim dos quais teve fome.” (Mt.4:2).
Denominamos esta forma de jejum como normal, pois entendemos ser esta a prática
mais propícia nos jejuns regulares (como o de um dia).
c) JEJUM
TOTAL. É
abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções de
ter alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no máximo três dias.
A
água não é alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem
normalmente e que as toxinas não se acumulem no organismo. Há dois exemplos
bíblicos deste tipo de jejum, um no Velho outro no Novo Testamento:
Ester,
num momento de crise em que os judeus (como povo) estavam condenados à morte
por um decreto do rei, pede a seu tio Mardoqueu que jejuem por ela:
“Vai,
ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não
comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas
servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei;
se perecer, pereci.” (Et.4:16).
Paulo,
na sua conversão também usou esta forma de jejum, devido ao impacto da
revelação que recebera:
“Esteve
três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.”(At.9:9).
Não
há qualquer outra menção de um jejum total maior do que estes (a não ser o de
Moisés e Elias numa condição diferente que explicaremos adiante). A medicina
adverte contra um período de mais de três dias sem água, como sendo nocivo.
Devemos
cuidar do corpo ao jejuar e não agredi-lo; lembre-se de que estará lutando
contra sua carne (natureza e impulsos) e não contra o seu corpo.
d) JEJUNS PÚBLICOS OU EM
GRUPO: O jejum em grupo
pode ser em experiência maravilhosa e poderosa desde que todas estejam
preparados e tenham o mesmo pensamento com Deus.
1 dia – O jejum
do Dia da Expiação.
e) JEJUM
PELA GLORIA DIVINA: A Bíblia fala de Moisés (Ex.34:28) e Elias
(I Re.19:8) jejuando períodos de quarenta dias. Porém vale ressaltar que
estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus. Moisés nem sequer
bebeu água nestes 40 dias, o que humanamente é impossível. Mas ele foi
envolvido pela glória divina.
O
mesmo se deu com Elias, que caminhou 40 dias na força do alimento que o anjo
lhe trouxe. Isto é um jejum diferente que começou com um belo “depósito”, uma
comida celestial. Jesus, porém, fez um jejum normal com esta duração.
PROPÓSITO DO JEJUM
A
afirmação de Kenneth Hagin acerca do jejum: “O jejum não muda a Deus. Ele é o
mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe
ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus”. O jejum não tornará
Deus mais bondoso ou misericordioso para conosco, ele está ligado diretamente a
nós, à nossa necessidade de romper com as barreiras e limitações da carne. O
jejum deixará nosso espírito atento, pois mortifica a carne e aflige nossa
alma.
ü
Jejum
não é para ter o mundo em nossas mãos.
ü
Preparar-se
para o Ministério.
ü
Busca
de proteção.
ü
Consagração.
ü
Aflições.
ü
Ministrar
ao Senhor.
ü
Em
situações de enfermidade.
ü
Arrependimento
de pecados.
ü
Ana
adorava a Deus jejuando.
ü
O
jejum revela as coisas que nos controlam. (Salmos 69:10 e Salmos 35:13)
ü
Jejum
é nos sustentar por toda palavra que procede da boca de Deus. (Mateus 4:4)
ü
A
comida não nos sustenta, mas Deus nos sustenta (Colossenses 1: 17)
ü
Jejuar
é banquetear-se. (João 4: 32-34)
ü
Os
valores do jejum são: Bem estar físico, revelações, força, aumento de fé,
aumento eficácia na intercessão, força espiritual.
A PRÁTICA DO JEJUM
n A direção vem
de Deus, Ele nos motiva.
n Defina os
objetivos: Por que e como jejuar, quando começar .
n Ore sobre o
tipo de jejum que você deve adotar, faça seu compromisso com Deus.
n Prepare-se
Espiritualmente;
n Prepare-se Fisicamente;
n Mantenha-se no
programa: busca oração e santificação.
n Termine o Jejum
Gradualmente;
n Os resultados
não são depois do jejum e sim durante.
CONCLUSÃO
Haverá
períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e épocas em
que quase não sentiremos a necessidade de faze-lo.
Encerro
desafiando-o a praticar mais o jejum, e certamente você descobrirá que o poder
desta arma que o Senhor nos deu é difícil de medir com palavras. A experiência
fortalecerá aquilo que temos dito. Que o Senhor seja contigo e te guie nesta
prática!